Desde há uns dias... quando estás... desde que tive mais certezas... que vivo em
(mais) dois mundos.
Eu, habitualmente, já vivo em dois mundos diferentes: o real e o do meu pensamento.
Agora vivo em mais dois: o ansiar e o não saber estar.
Então fujo para a frente. Entro nas fantasias dos outros. Partilho-as enquanto não ganho coragem para ser mais e saber mais.
Conto histórias... sabendo que não sou tão boa como os outros.
Faço planos futeis.
Conto as horas para poder sacudir mais um medo dos ombros e do pensamento.
Vivo em palavras com os (e dos) outros... o que, olhando para o futuro, quero vir a viver em carne.
E esta música não me sai da cabeça... porque imagino um cantor.
[...]
Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de Maio te molheSempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe
Sempre que a rádio diga
Que a América roubou a Lua
Ou um louco te persiga
E te chame nomes na rua
Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz
[...]
Não são mentiras.
E quem gosta de Jorge Palma vai saber apreciar Rui Veloso...