Hoje achei que devia passar por aqui...
Porquê hoje? Porque parece 6ª feira -
não que isso faça muita diferença na minha vida actual...
Porque reparei que estou a deixar este cantinho ao abandono, como quando fugia dele...
Porque hoje fazias 81 anos...
Porque esta semana foi de tudo e nada e eu tenho que desabafar as lágrimas e largar um pouco da dor e do veneno para não assustar os outros - cá fora.
Comecei a semana a sentir que tinha tudo, um mundo, a mudança nas mãos.
Voltei a onde fui feliz, olhei para todos os recantos e revi-me e
senti-me. E percebi que afinal não, não posso lá ficar. Será sempre
a home away from home.
[Talvez resquícios de uma vida passada?]
Sabem a sensação de ter tudo a fugir.nos das mãos?
Fiz toda a viagem de regresso com a calma que não tive antes -
isso devia ser positivo, certo?
Para regressar e saber que afinal o meu lugar é aqui. Acho que nunca me senti tão presa, tão desconsolada com o meu próprio lugar.
Vejo os golpes de mestre, os
moving on with life, as
little breaks. E duvido de mim. Revolto-me contra o oco das falsas oportunidades vestidas de favorzinhos.
Porque não posso, não me deixam. E os sonhos morrem.
Ou eu tenho que os começar a ver só como sonhos e não como planos.
Doi-me a saudade de ti, meu avô, do teu orgulho declarado, de achar que a força da tua crença me faria mudar o mundo, ou pelo menos, o meu mundo. Porque foi assim que me educaste. A acreditar no poder da sabedoria, do conhecimento, de todas as coisas na vida. Porque todos haveriam de ver o que tu vias. A tua grande costela de sonhador, qual tua Eva - feita de uma parte de ti.
Doi-me ver que me perdi, que não levo o mundo à frente como mostrei aos outros desde pequena. Que por amor, por respeito, por medo conheci o lado negro da manipulação e me conformei. Deixei de me sentir guerreira. Agora apenas bramo a espada em todas as direcções para não sofrer maior ataque.
Vivi uma semana de tudo e acabei com o de sempre, o pouco de todos os dias.