Ando com uma sede enorme de mudança.
Talvez porque as coisas à minha volta não mudem assim tanto.
A vida dá saltos, muda-me a
vida e depois estagna no que mudou e faz-me sentir que pouco se mexeu.
Será da capacidade de adaptação, da insatisfação?
A última acho que não. Não sou exigente, o que mais peço é evolução sustentada, estabilidade, paz e realização - tudo com tempo que eu não sou de pressas.
Já vi gente ser mais pedinchona e eu até trabalho por isso.
Quero mais que ideias e planos. Fascínios. Tentativas.
Meus e dos outros.
Quero sair desta
Casa antes que fique sozinha e presa. Louca e drenada.
Quero a minha oportunidade verdadeira de sentir sem medo ou esforços sobre-humanos, quero as peças todas a encaixar, o sentimento a fluir.
Domingo ofereceram-me um pequeno livro de pensamentos.
Uma das páginas já me sussurrou que não corra atrás da mudança, que estou no local certo para este momento.
Tudo bem, aceito. Só estando aqui, agora, posso vislumbrar o que está no horizonte.
Por outro lado, o mesmo livrinho, contou-me uma história:
Na Antiguidade existia uma taça que se foi enchendo de todo o tipo de sabedoria - a boa, a má, a vinda das aprendizagens ou a resultante de discussões - até que um sábio, depois de responder a todas as perguntas que a plateia lhe pôs, e vendo que cada gota sua transbordava da taça, escolheu finalizar a sua apresentação colocando uma pétala de rosa na superfície da água.
Esta lá ficou, sem ondas, sem fazer transbordar a taça, clara e sem peso. Mas com tal beleza e singularidade que não mais se olhou para a taça da mesma forma.
É isto. A capacidade de mudar, sem alterar.
Também eu quero ser pétala
- jezz! que pretensiosa! - dar uma nova visão, sem criar ondas.
E de ter uma pétala na vida, com esta força.