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26 January, 2011

Tenho andado com um temperamento complicado. Conseguisse eu reconhecer a causa e poderia começar a pensar em soluções. Sei que ando baralhada, cheia de inércia e cheia de coisas para resolver que, com a apatia, não se resolvem. Facilmente me embrulho em pensamentos, tropeço nas palavras e prendo as vontades. Ando repetitiva, digo as mesmas coisas centenas de vezes e chego à conclusão que as repiso porque não chegam (gostava de saber dizer mais) ou não surtem efeito (gostava que ficassem na memória dos outros). Não me tenho conseguido expressar eficazmente e quanto mais tento, mais a confusão das minhas ideias se avoluma. Às tantas, já não sei bem onde termina a minha confusão e começa a dos outros. Não tenho feito nada que se defina pela eficiência. Não me tenho sentido particularmente compreendida nem tenho percebido muito bem os outros, por muito que tente, tenho sido lembrada que não consigo. Ando com necessidade de me dar a pensamentos mais sérios (pasmem-se), a cálculos e medições de risco. Ora me apetece atirar-me de cabeça, ora me contenho porque às tantas não há profundidade que chegue e, mergulhando, abro os cornos ao meio. Quando estou a ganhar balanço para me atirar, lá as águas se agitam e eu fico no lugar. Não vá ser engolida, revolvida e cuspida na margem completamente desnorteada. Vou molhando os pezinhos à espera que a maré vaze para ver o fundo. Se ela encher novamente, olho para a bandeira e, se estiver verde, atiro-me. Até lá, deixo-me andar neste marasmo. Ora com a sensação boa da areia nos pés e do sol na tromba, ora com dores nos ossos à conta da temperatura da água. É a puta da vida.*

Não lhe tiro as asneiras. Até dizia mais, mas estou demasiado cansada.
Pensei que fosse do cancro ter batido à porta de casa. Da falta de férias. Do desmarcar de planos. Das confusões amorosas. Da baixa auto-estima. Da injustiça. Do fim das férias que não souberam a nada. Do trabalho que me mata e me drena. Da falta de ombro porque o meu também precisa. De me sentir burra todos os dias. De não ver o esforço e a aprendizagem a resultar. Do medo.
Não é de um. É de todas estas e mais aquela em que eu cannot really put my finger on.. É a puta da vida.

* a honra é minha.

5 thoughts unleashed:

Nokas said...

Calma...espero que as coisas comecem a melhorar!

Silent Man said...

Faço minhas para ti as palavras que lá escrevi. Deve ser dos ares da mesma cidade! Entretanto, como conheço melhor os teus problemas, espero um dia fazer parte da solução. Não ser apenas mais um...

Deixo-te um beijo

Anniiee said...

Calma!
Não stress!
Não te quero desanimada!
"Cadê" o entusiasmo do post anterior? ;)

Nervosinha said...

Ora, só posso dizer que espero que tudo se resolva (principalmente ao que toca a saúde). Há fases assim mas um dia acordamos bem outra vez, e sem saber muito bem porquê, lá vem uma fase boa! :)

Beijinho

João Roque said...

É bom desabafar, gritar mesmo!!!
recordas-te do grito da Liza Minnelli, debaixo da ponte, no "Cabaret"?

 
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