Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
E estas palavras dizem tudo.
Tudo é real e tudo está, lentamente, a ficar certo. Pelo menos para já.
7 thoughts unleashed:
Adoro este poema =)
Muito bem escolhido
* * *
Latim, não sei querida, mas dançar e cantar, podes contar comigo!! :)))Fico feliz de te ouvir dizer que está tudo a ficar certo... :)Bjo
:) feliz em ver-te voltar erguer a cabeça.
:) beijo enorme
Voltei a ler o poema..Gostei mesmo.
Obrigado pela excelente partilha
Então isso é optimo :)
Bjinho
Btw, vou enviar-te um saco cheio de cerejas hihihi ;P
May the right never be wrong...
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