Ora vamos dissecar este título... cruzamentos, porque é o que fiz, faço e farei contigo, ou não tivesse eu memória.
Encruzilhada?... Não das do género do Richard Gere, acompanhada de "azia" no estômago. Isso talvez seja o cansaço a falar mais alto. Encruzilhada porque implica uma escolha, mas não me sinto em pânico ao avistar o muro, o beco sem saída.
Cada vez que me cruzo contigo... uma variedade de sentimentos me assola e sei, sei mesmo, que tal só se vai intensificar com o tempo. Porque ele é o "fiel amigo" que oferece sabedoria e percepção - mesmo quando não querermos ou a pensamos ter toda sobre um certo tema.
Reconheço em tudo, em todas as palavras - mesmo nas escritas enquanto esperavas - a razão e a escolha do papel que assumi - ou posso usar o plural? (Percebo mesmo porque, se já via o final?, porque não fugi e me "deixei levar") Aceno a cabeça, encolho os ombros, partilho expressões faciais, em momentos de quase omnisciência. Sinto uma rush de tudo... amor, partilha, fascinio, à maneira de cada um, no timming de cada situação. Mesmo que ao senti-los, sensações que deveriam ser incontroláveis, tente e consiga ser consciente... o que retira um bocadinho de piada às coisas? Certo?
Nunca irás saber... com sorte um dia questionar-te-ás. Tal como eu só posso agradecer ao meu dom o facto de saber tanto - mesmo quando preferia ficar na ignorância - por isso dizem "Felizes os ignorantes". Mas, vejamos o lado positivo, não queiramos saber tudo... mesmo quando queremos dizer tudo. Or else I'd have to kill you, 'cause you know too much ;)
Neste caso tanta informação resulta em afirmações duras, em palavras estranhas de ouvir de bocas que ainda agora, ocasionalmente, se perdiam em mel. Resulta em materialização de um mundo mental. Mas tão percepcionado que nem o mundo físico lhe pôde escapar.
Mas é bom... eu sempre gostei de saber mais. Não é à toa que apregoam a minha inteligência... e agora sei! Muito mais!
As páginas que folhiei agora não levavam nas pontas dos dedos o veneno do medo, mas a destreza da confirmação.
Não falei por despeito ou ressentimento. E apenas escrevo agora para que estas sensações não se percam na penumbra e cansaço que são os meus dias. Simplesmente ao perceber mais, percebo, mesmo, mais. Não acredito ter voltado "atrás" nos meus objectivos, não caí no poço acompanhada de uma pá. Mas, para já, já retirei o sumo deste fruto. O próximo passo é beber, para acalmar a sede, aclarar a voz, porque entre outras coisas com o seu sabor único aprendi que sou capaz e mais que isso, sei que nunca estou sozinha. Porque, quanto mais não seja, estou comigo.
Quando mais sumo houver, lá estarei para encher o copo, ou não tivesse eu a minha faceta exigente e egoísta...
Para já minha gente... juntem-se todos numa visualização forte, façam "figas" e estejam todos "lá" comigo... pois amanhã tenho uma daquelas entrevistas... daquelas. Das que em já não acreditava há uns meses, largos. Por isso vamo-nos todos concentrar na minha imagem a dar cabo da concorrência, de mente livre e serena...
Eu não te disse? Eu não te disse ontem que hoje iria ser um novo dia? As desculpas acabaram ontem. Hoje é dia de Luz. A dor é nossa mas hoje podemos contar os dias do fim.
Eu "não fecho para obras" porque não encerro portas a ninguém. Porque sou uma obra constante. E porque visitar andaimes e ir vendo a evolução também é bom, quando se nutre sentimento pela "obra" em si, right?
Por isso... só sei que voltei a um ponto de partida. Digo-o com nostalgia, digo-o quase com temor, mas também sei que não será a última vez que o digo.
30 March, 2009
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5 thoughts unleashed:
que seria da vida se não fossem oe re-inicios?? Não tinha piada.
beijokas
O que tu escreves é sempre tão intenso!!
Boa sorte!
beijocas.
Que a entrevista tenha o resultado que estás à espera. Isso é tudo! :)
Opah...
Começo pelo fim. Não há retornos. Não há o voltar a um ponto de partida. O que tens é um novo ponto de partida, diferente de todos os outros que já tiveste, apenas e só porque não és a mesma pessoa. Não sendo a mesma pessoa, mesmo que tenhas a sensação dejá vu, a situação não é a mesma, podes mudá-la, podes vivê-la igual,mas tu não és igual. Logo...
Depois... ainda bem que continuamos a ter andaimes e obras de remodelação e melhoramento :) era muito mau olharmos para nós e darmos a "obra" por concluída. Temos tanto para aprender, tanto para viver, tanto para sentir, que não poderemos jamais dar a obra por completa. E sim, quando temos amor, gostamos de ver a obra evoluir, crescer.
Os cruzamentos ou encruzilhadas são bons. Porque nos desafiam. Mau seria se vivêssemos uma vida de caminhos planos e rectos. Que bom que há escolhas a serem feitas, caminhos a serem percorridos em deterimento de outros. Que bom que a vida nos desafia. Sofremos? Claro que sim. Mas crescemos. Vivemos. Independentemente de no futuro acharmos que a escolha foi má, foi uma escolha nossa, faz parte de nós e fará para sempre. No regrets, my dear.
O que acontece é que muitas vezes temos de parar. Não há mal nenhum em parar para respirar, para ganhar forças antes de seguir caminho. Às vezes temos de dar tempo para fecharmos bem um caminho antes de seguirmos por um novo. Deixar a porta bem fechada, para que as cicatrizes não sejam maiores que o necessário. Para que a bagagem que carregamos não seja mais pesada do que o necessário.
Com tudo isto, e desculpa a verborreia, queria dizer-te que é preciso muita coragem para seguir em frente, mas é precisa também muita coragem para admitir que precisamos de ajuda, para admitir que precisamos de parar um bocadinho para descansar, para admitir que por mais fortes que pareçamos, não sabemos tudo e não sabemos o que fazemos aqui nem para onde vamos.
Bona Fortuna nesta entrevista e em tudo. Não vou cruzar os dedos porque sei. :)
Kisses
Sky: Exactamente! :)
Daí o recusar-me a fechar portas... assim andar em frente é mais fácil, tem menos obstáculos :)
Estrelinha: Obrigada!
É apenas o resultado de escrever sobre a vida, com o coração...
Lita: Tudo, tudo não digo... ;)
Mas sim... correu bem e trouxe com ela as "borboletas" de que já tinha saudades :)
Ianita: De testamentos e verborreia gosto eu, como se pode ver.
Primeiro que tudo... muito obrigada pela atenção e relevância que dás aos meus pensamentos :)
É bom saber-te desse lado e sentir-te aí...
concordo com tudo o que dizes, com a interpretação que fizeste e foi por ter essa visão que me deixei deambular nas palavras...
Não me faço mais forte ou menos forte do que o que sou... como diria a minha pessoa... eu sou força... só a vou descobrindo... sou é, por outro lado, muito introspectiva e "morro" por não parecer needy ou clangy...
Mas percebo onde queres chegar... dou-te razão e, assumo aqui, que aceito a "oferta". Porque é como digo sempre... quantos mais, melhor. Mais se aprende!
Obrigada por tudo...
Beijo,
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