Assim pelo menos nunca falho ao citar a fonte, logo, por muito bom advogado que tenha (porque tenho!), não corro o risco de ser processada por plágio.
Aqui ficam mais umas linhas do MEC... que estranhamente, começo a ler com outros olhos [Óh Senhor... você pare, ou isto ainda se torna num quasi blogue tributo...]
"Há coisas que não são para se perceberem. [...] Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. [...] Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. [...] O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. [...] O amor passou a ser passível de ser combinado. [...] O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, [...] Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, [aqui discordo de si meu caro MEC... amor também pode ser isto, se um dos dois necessitar, temos que "ser" um para o outro]. [...] Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. [Ai se não é!] O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. [...] O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. [...] Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. [...] Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
10 thoughts unleashed:
"A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Isto é um ensinamento para a vida. Ainda assim, acho que o amor parental/filial é para a vida inteira. :)
Kisses
Desde sempre tive um enorme respeito por este elogio ao amor puro...
Ele disse tudo nas linhas dele...Apesar de que como tu disseste, depende muito dos olhos com que os lemos... Às vezes é uma lição de vida, outras vezes retrata mesmo a nossa vida... Mas bom... A vida é uma coisa... O amor é outra... :) gostei do teu blog... E vou voltar... :)
apesar de concordar com muito do que ele diz, acho que retrata mais a paixão propriamente dita do que o amor em si.A paixão sim é irracional, não se entende, e daí advém o amor, quando tem de ser, mas que um minuto de amor ou paixão pode valer por uma vida inteira, disso não tenho duvidas! que a paixão é descrita na simples palavra intensidade lá isso é, se é o melhor sentimento que existe para nos fazer sentir vivos?não tenho sombra de duvida que sim...
bs endiabrados
Ó Sra. Assessora, o texto é muito interessante, pois é, mas suponhamos que eu queria saber onde é que o MEC o escreveu, e neste caso fiquei a ver navios, foi nalgum livro, num jornal, numa revista?!...
Obrigados
LOL
MEC = Miguel Esteves Cardoso?
Se sim, o homem tanto escreve 1000 palavras de amor como de futebol como se nada fosse. E com a mesma paixão.
Que bom teres-te lembrado do MEC. Lembro-me de o ler nas crónicas do Expresso ao fim de semana, uma forma de começar o fim de semana com boa disposição.
Beijokas
Sempre gostei do MEC como escritor e sublinho como escritor, pois como pessoa ele é Britanicamente insuportável!
:) Concordo com tudo excepto numa coisa... Eu sei que esse tipo de amor ainda existe. É raro e esquivo mas existe. E geralmente até fico um bocado doente quando dizem que não acreditam nele. :P
Anita: Aí concordo contigo... ou melhor concordo com todas as palavras :)
Beijo,
Tyta: Muito bem-vinda!
E que regresses sempre que quiseres, serás sempre recebida de braços abertos :)
Beijinho,
Sonhos: Que dizer para além de que ADOREI ler-te?
Beijos,
Tóxico: Pois é... meu Deus!
Algo me diz que percebes alguma coisa dsito não?
Mas pronto, lá direi para que não acarrete com processos na caixa do correio...
Foi no Blog as velas ardem até ao fim... ela "ofereceu-nos" como prenda de aniversário... agora, onde terá ido ela?
Já não sei... ;)
1/2kg: Sim, Miguelito it is!
Lá nisso tens razão... ele trata tudo, tudinho... a Vidinha... com a mesma intensidade... mas prometo que se encontrar um texto destes sobre molas da roupa também o trago para cá, sim? ;D
Sky: Obrigada!
Para mim tem sido uma boa descoberta :)
Bruno: Bem-vindo ao meu cantinho! :)
Estou a descobrir com olhos de ler o trabalho deste escritor.
Agora pessoalmente não conheço...
Maaaas... vires a este cantinho, em alma e essência "quasi britânico" e dizeres isso?
tsk! tsk!
"Perdoo-te" porque adoro o teu cantinho :)
Beijinho,
Baguinho: Eu também acredito nele, nesse tipo de amor. E fico doente e quase me sinto "fade out" quando ouço descrenças dessas...
Apenas quis mostrar o lado do "contraditório"... mostrar os dois lados do espelho... porque uma mente verdadeiramente aberta consegue relacionar-se com os dois :)
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